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Local onde foca de aparição rara descansava em SC é vandalizado e animal não é mais visto

Publicada em 19/05/2025

Local onde foca de aparição rara descansava em SC é vandalizado e animal não é mais visto (Foto: Reprodução)

Ferros do isolamento foram furtados e havia marcas de pneus perto de onde mamífero estava, no Sul do estado. Foca-caranguejeira foi vista pela primeira vez em 12 de maio. Vídeo mostra placa destruída e marcas de pneus perto de local onde foca rara estava em SC

O local onde a foca-caranguejeira, de rara aparição no Brasil, descansava no Sul de Santa Catarina sofreu vandalismo. Uma placa deixada pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS)/Udesc para isolar a área onde estava o animal foi destruída e marcas de pneus foram encontradas no lugar onde o animal estava.

Após esse episódio de vandalismo, a foca não foi mais vista, informou o projeto.

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Área onde foca-caranguejeira descansava havia sido isolada, no Sul de Santa Catarina

Samira Effting/PMP-BS/Udesc/Divulgação

A foca-caranguejeira, de nome científico Lobodon carcinophaga, foi avistada pela primeira vez em 12 de maio. Ela estava entre o Molhes da Barra, em Laguna, e a praia do Luz, em Imbituba.

De acordo com o PMP-BS, representantes do projeto estiveram no local na quinta (15). O isolamento do local onde estava a foca havia sido reforçado e placas informativas permaneciam no local, alertando sobre a importância de manter distância e respeitar o espaço do animal.

Porém, no dia seguinte, foi encontrada a cena de vandalismo. Os ferros do isolamento foram furtados, uma placa informativa foi vandalizada e havia marcas profundas de pneus de automóvel ao redor da área onde o animal descansava, indicando manobras perigosas e desrespeitosas próximas à foca.

Marcas na areia sugerem que o animal retornou ao mar, possivelmente após ser perturbado, informou o projeto.

O PMP-BS manifestou repúdio pelo que ocorreu e disse que a atitude "coloca em risco a vida de animais selvagens, dificulta o trabalho técnico-científico e demonstra um preocupante desrespeito às ações de conservação ambiental".

Nesta segunda-feira (19), o projeto confirmou que o animal não foi mais visto desde o episódio de vandalismo.

A Polícia Militar Ambiental de Laguna afirmou que não foi chamada e não tinha conhecimento do caso.

A foca que estava em Santa Catarina era monitorada diariamente e estava bem de saúde, de acordo com o projeto. Os pesquisadores acreditam que ela parou na areia para descansar (leia mais sobre a espécie abaixo).

Placas colocadas perto de onde foca de aparição rara descansava foram quebradas

PMP-BS/Udesc/Divulgação

Rastro na areia indica que foca voltou para o mar, conforme projeto

PMP-BS/Udesc/Divulgação

Aparição rara

O Coordenador do PMP-BS/Udesc, Pedro Volkmer de Castilho, reforçou que é rara a presença dessa foca no litoral catarinense. "A espécie é considerada abundante na área em torno da Antártica, mas, para nós, ela de fato é bastante rara e difícil de ser observada".

Essa característica dificulta o estudo da foca-caranguejeira por parte dos pesquisadores brasileiros. "Por ela ser rara, faz com que a gente tenha pouco conhecimento sobre a biologia dessa espécie e não consiga entender muito bem os motivos da presença dela no nosso litoral. Tudo indica que é um único indivíduo, errático, que veio à praia para descansar", explicou o coordenador.

A principal fonte de alimento para a espécie é o krill, um tipo pequeno de crustáceo. Não foram divulgadas informações sobre idade ou sexo do animal.

O isolamento feito pelo projeto buscava a tranquilidade da foca e a segurança das pessoas, já que se trata de um animal selvagem, que pode reagir de forma agressiva se estressado.

Foca-caranguejeira descansa no Sul de SC

Thaisa Noronha/PMP-BS/Udesc/Divulgação

O que fazer se encontrar um animal marinho na praia?

??Não se aproxime, alimente ou toque;

??Caso encontre animais aparentemente feridos ou doentes, não tente socorrê-los;

??Mantenha animais domésticos afastados;

Evite fazer barulho para não estressar o animal e evitar possíveis ataques, além de poder prejudicar o quadro de saúde;

Em caso de contato com algum animal doente, fique atento para o aparecimento de sintomas respiratórios nos próximos 10 dias;

Ao encontrar animais marinhos encalhados na praia, vivos ou mortos, entre em contato com o PMP-BS: 0800 642 3341.

A realização do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

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