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Fotógrafo 'caçador de frio' espera 'grande espetáculo' com queda das temperaturas em SC: 'Neve não é surpresa, é tradição'

Publicada em 29/05/2025

Fotógrafo 'caçador de frio' espera 'grande espetáculo' com queda das temperaturas em SC: 'Neve não é surpresa, é tradição' (Foto: Reprodução)

Mycchel Legnaghi, de 41 anos, faz fotos do frio na Serra catarinense desde 2001. Ele espera que a neve aconteça nesta onda de frio. Fotógrafo Mycchel Legnaghi no frio da Serra catarinense em agosto de 2022

Mycchel Legnaghi/Arquivo pessoal

O fotógrafo Mycchel Legnaghi, de 41 anos, é uma das pessoas que estão atentas na Serra catarinense para qualquer sinal de neve. Ele tira fotos do frio na região desde 2001 e espera que o fenômeno ocorra nesta semana de queda de temperaturas no estado.

"A gente espera um grande espetáculo. Queremos ver tudo branquinho, como eram os antigos invernos".

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Ele atua na Serra, mas tem São Joaquim como base. "Aqui a neve não é uma surpresa ? é tradição. Todo ano, desde que me entendo por gente, ela aparece. Já vi de tudo: geadas gigantes, tempestades brancas e até aquela raridade de 2022 ? neve em pleno novembro".

??Em 2025, a neve é prevista pela Defesa Civil principalmente na madrugada e manhã desta quinta-feira (29), para a Serra e as áreas mais altas do Oeste catarinenses. Nesses locais, haverá a combinação que forma as condições para o fenômeno: baixas temperaturas e umidade.

Para Mycchel, isso significa subir até o topo de uma montanha a 1,6 mil metros acima do nível do mar, conhecida como Morro do Cruzeiro, em São Joaquim, ser atingido por rajadas de vento e passar por uma sensação térmica de -20°C para poder registrar as imagens dos flocos. "Considero como um grande desafio a ser encarado", diz.

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?Para trabalhar nessas condições, ele usa roupas com tecnologia para para aguentar frio e umidade, já que, antes da neve, geralmente vem a chuva. A touca e o cachecol também fazem parte da vestimenta do chamado "caçador de frio".

As luvas, porém, ele não consegue usar. "Tenho que manusear o celular e equipamentos eletrônicos de captação de imagens. Então as partes que mais sofrem são as minhas mãos. Meus dedos ficam roxos, congelados nas pontas, e sinto uma dor bem aguda. Dependendo do lugar, não há como aquecer e tenho que suportar essa dor por algumas horas", relata.

????Quando o frio é demais, ele se vira para evitar a hipotermia. "Correr, pular, escalar, se manter em movimento", resume.

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Mycchel Legnaghi/São Joaquim Online

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E quando há todo esse preparo, mas a neve não vem? "No ano passado, eu passei sozinho uma madrugada gelada no Mirante da Serra do Rio do Rastro, esperando a neve. Lembro que as luzes do mirante acabaram danificadas pela forte ventania. Foi um escuro total na beira de um precipício. Sem energia elétrica, sem iluminação".

Apesar do esforço por parte do fotógrafo, a espera não surtiu frutos. "Não me sinto frustrado. Sinto-me cada vez mais preparado. O que não me mata me torna mais forte".

Porém, quando ela vem, tudo vale a pena. "Esperar a neve de madrugada não é um ato romântico. É uma batalha mortal nessas condições de altitude. Mas, quando os flocos caem, quando a luz da lanterna amarela os revela no meio da escuridão, tudo se justifica. A dor vira força".

Todos os anos ele espera pelo fenômeno.

"Desde que comecei a registrar isso de forma profissional, nunca houve um ano sem neve. A natureza cumpre seu papel. Cabe a mim cumprir o meu: estar lá no momento exato e na hora exata".

Previsão de neve

Em relação à previsão de neve, o fenômeno pode ocorrer principalmente na madrugada e manhã de quinta na Serra e nas áreas mais altas do Oeste, de acordo com a Defesa Civil.

Esses locais têm condições favoráveis, com temperaturas muito baixas e umidade. No entanto, por se tratar de um fenômeno de difícil previsão, é importante acompanhar as atualizações meteorológicas nos próximos dias.

?A queda das temperaturas em Santa Catarina ocorreu a partir da tarde de quarta (28) no Oeste e, à noite, no restante do estado.

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